quarta-feira, 2 de julho de 2008

MENSAGEM SINCERA DE UM PASTOR

COM A PALAVRA UM PASTOR
DIREITO DE EXPRESSAR IDÉIAS



Sábado, 31 de Maio de 2008
COOPERAÇÃO NO MEIO EVANGÉLICO. ISSO EXISTE?
''O principio tão caro para nós, os protestantes, da unidade na diversidade vem sofrendo um desgaste neste tempo de individualismos e "preciosismos personalistas". É fato que não temos conseguido reunir todo o nosso povo com o som certo e nítido de uma trombeta afinada. E, com isso temos incorrido em algo que a Bíblia chama de "imprecisão": "Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?" (I Coríntios 14.8) São muitos os fatores para o desgaste da nossa fragilizada estrutura de cooperação, eu citaria alguns aqui somente para uma reflexão: 01) A inconsistência dos "métodos de crescimento de igreja". Temos assistido a uma profusão dos mais diversos "caminhos" que prometem um crescimento numérico em fração de segundos. Um amigo meu disse que, tem a impressão, de que um sem número de igrejas que adotam um determinado método cresceriam mesmo sem a atuação do Espírito Santo! Nessa “Babel” que vivemos, onde o que dá certo, substitui ao que é certo, não é nada surpreendente afirmamos que se os caminhos do conceito bíblico de igreja estão fora de um alinhamento, logo, fica difícil todos ouvirem a mesma música e haver uma concentração de forças.
Tudo isso me parece vai contra aquilo que Neemias propôs: "... Grande e extensa é a obra, e nós estamos separados no muro, longe uns dos outros; em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta, ali vos ajuntareis conosco...." (4.19,20) A obra protestante (tenho de usar esse termo ao invés de "evangélico") é algo extenso, sobretudo em um pais de dimensões continentais como o nosso, e o que vemos é que nos falta "o som da trombeta"... Hoje temos vários sons de várias trombetas, e na maioria das vezes o alarido que percebemos é de propostas mirabolantes de modelos de igreja, que estão muito mais para clubes de afinidade do que de fato, verdadeiras igrejas do Senhor Jesus. 02) Poderia citar também o pouco interesse dos pastores por uma cooperação.
O orgulho pastoral é o pior de todos os pecados! Foi com muita propriedade que Richard Baxter chegou a dizer que os pecados do pregador são mais graves do que os pecados dos demais homens, porque ele peca contra o conhecimento. É próprio da função pastoral a necessidade de um mentoriamento, uma amizade mais intima, um processo de prestação de contas, enfim um "pastoreio de pastores". Mas o que vemos são entidades personalistas que não separam em suas agendas ocupadíssimas um tempo para uma amizade que vá além do e-mail (em que se compartilham piadas e generalidades) ou do encontro casual do "oi, tudo bem?". Pastores precisam sangrar da carência não satisfeita de terem suas almas tratadas com companheiros de jugo ministeriais! “Mas a estrutura burocrática da igreja não ajuda!” Diriam alguns. Concordo. Mas, você que me lê em sã consciência não reconhece que na realidade, você não tem priorizado manter um contato amigo com um colega de ministério? Até mesmo porque, quem sabe, você não tem cobiçado a influência ou o rebanho do seu colega? O problema, na realidade, não está em você? Pare e pense sobre isso. O grande avivalista Leonard Ravenhil foi quem disse que "a igreja precisa chorar por não ter lágrimas para chorar". É por ai o retrato vivo da ABCV é esse: "olhos enxutos". Está tudo bem, mas na realidade está tudo mal! Fico preocupado quanto tudo nos parece bom demais... prevejo (mesmo sem ser profeta no sentido bíblico) que viveremos dias muito difíceis pela frente... o ceticismo abalará as estruturas de nossa sociedade... as pessoas vem perdendo a credibilidade nas igrejas... os pastores vem se corrompendo com uma política perigosa de contatos e conchavos... os púlpitos estão oferecendo alimento podre para pessoas doentes... o caos é a norma!!! Apelo ao coração da liderança de nosso Conselho de Pastores em Angra dos Reis que ele retome o rumo original, como proposta de unidade e pastoreio mútuo entre os pastores e não seja apenas "massa de manobra" diante de interesses políticos rasteiros. Mais do que um desabafo, faça um apelo para um engajamento, em favor da verdade.''


Ezequias Amancio Marins
Pastor da Igreja Batista Central em Japuíba

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